Metade dos setores da economia permaneceu estável ao final de 2009

Número é considerado bastante positivo pelos especialistas e mostra que a economia brasileira está forte e equilibrada


10/02/2010 00h00

No último trimestre de 2009, 45 setores da economia brasileira registraram estabilidade, em relação ao mesmo período do ano anterior e 18 setores apresentaram melhora, influenciados pela recuperação do nível da atividade econômica ao longo de 2009.

Entretanto, a crise financeira internacional causou piora em 35 setores, principalmente os da atividade industrial. Os dados fazem parte de pesquisa lançada nesta quarta-feira (10) pela Serasa Experian.

Análise do comércio
Na análise por atividade, no grupo do comércio, formado por seis setores, metade apresentou melhora no conceito - supermercados, distribuidoras de combustíveis e concessionárias de veículos leves -, enquanto outros três registram estabilidade.

De acordo com o levantamento, apesar da crise econômica, o comércio foi o menos prejudicado, já que as vendas cresceram influenciadas pelo aumento da renda, pelo maior volume de crédito concedido, pela redução de taxas de juros e pela ampliação dos prazos de pagamentos.

O setor supermercadista se destacou entre os que apresentaram melhora, devido ao crescimento da massa real de rendimento e menor temor de desemprego, o que elevou a confiança do consumidor em adquirir produtos elaborados, como os industrializados. As redes de supermercados foram favorecidas também pela expansão de crédito às pessoas físicas.

Setor industrial
Dos 54 setores industriais analisados, 25 apresentaram piora, devido à retração das exportações, aos elevados estoques e às condições de créditos menos favoráveis para pessoas jurídicas, o que manteve o índice de produção industrial do ano passado, inferior ao de 2008.

A indústria de calçados foi um dos mais penalizadas pelo cenário econômico, já que houve retração de 23,8% em volume de exportação, no comparativo de janeiro a novembro de 2009.

Por outro lado, 21 setores industriais mantiveram estabilidade e 8 melhora na avaliação (açúcar, alimentos, bebidas, frigoríficos de aves e suínos, moageiras de trigo, perfumaria e cosméticos e vinhos). A melhora foi causada pelo aumento da renda real, melhores condições de crédito e insenções tributárias.

Setor de serviços
No setor de serviços, 15 registraram estabilidade, cinco apresentaram melhora e a mesma quantidade apresentou resultados piores do que no último trimestre de 2008. Consórcio, construção civil, portos, telefonia fixa e transporte aéreo tiveram resultados positivos, influenciados pela ampliação da renda, do emprego e maior disponibilidade de crédito às pessoas físicas.

O aumento da demanda por serviços permitiu o reajuste de preços acima da inflação. Foi registrada expansão das margens, exceto para os setores mais influenciados pela atividade industrial.

O transporte aéreo foi o destaque positivo, devido ao aumento no número de passageiros transportados, em razão do crescimento da renda média da população, das maiores facilidades de pagamento, da queda dos preços e da estratégia de captar novos clientes, das classes C e D.

Sobre a pesquisa
O estudo foi realizado a partir da avaliação da tendência de 98 setores da economia, distribuídos nas atividades primárias, comércio, indústria e serviços. A avaliação é realizada trimestralmente, por meio de análises quantitativas e qualitativas



 


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