Camargo Corrêa compra fatia na Cimpor e embola disputa

Notívis cria uma grande expectativa na construção civil que deve sair ganhando com a transação


10/02/2010 00h00

A Camargo Corrêa anunciou a compra de 22,17 por cento da Cimpor, em um acordo de 1 bilhão de euros que torna mais obscura a batalha de três grupos brasileiros pela cimenteira portuguesa.O Brasil está se preparando para o boom do setor de construção civil antes da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, e a Camargo Corrêa revelou nesta quarta-feira que irá adquirir a parcela na Cimpor que pertence à construtora portuguesa Teixeira Duarte por 6,5 euros por ação.
A Camargo Corrêa afirma que o acordo prevê que a participação adquirida pode ser ampliada em até mais 3 por cento do capital da Cimpor com terceiros.Às 12h45 (horário de Brasília), as ações da Cimpor recuavam 5,6 por cento, para 5,52 euros, com investidores desapontados com o fato de a Camargo Corrêa não ter lançado uma oferta pública de aquisição por todas as ações do grupo português.
A Camargo Corrêa disse em um comunicado que a aquisição faz parte de uma estratégia de criação de valor de longo prazo tanto para os acionistas da Cimpor quanto para os do grupo brasileiro.A Camargo fez sozinha uma proposta de fusão de suas operações de cimento com as da Cimpor em meados de janeiro, mas posteriormente retirou a oferta.
"Desde a apresentação da proposta de fusão com a Cimpor, a Camargo Corrêa reitera seu contínuo interesse em adotar uma estratégia de longo prazo, sustentada em projetos industriais que criem alto valor para as duas companhias e todos os seus acionistas", disse a Camargo Corrêa.
A siderúrgica brasileira CSN fez uma oferta hostil pela Cimpor em dezembro, se dispondo a pagar 5,75 euros por ação da cimenteira portuguesa, ou 3,86 bilhões de euros por todo o capital da empresa-alvo. Depois disso, Camargo Corrêa e Votorantim manifestaram publicamente seu desejo pela cimenteira portuguesa
Na semana passada, a também brasileira Votorantim anunciou a compra de 17,3 por cento da Cimpor nas mãos da francesa Lafarge, em uma operação de troca de ativos. Além disso, a Votorantim fechou acordo de acionistas com a Caixa Geral de Depósitos, que detém outros 9,6 por cento da Cimpor.
No início desta semana, a CSN recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para paralisar no Brasil os efeitos da compra da participação na Cimpor pela Votorantim, alegando riscos à competição no mercado de cimento no país.
A oferta da CSN, que para ser bem-sucedida precisa contar com apoio de 50 por cento mais uma ação da Cimpor, expira no próximo dia 17.A Cimpor é uma das 10 maiores produtoras mundiais de cimento e possui fábricas em diversos países, tendo forte presença no Brasil, onde é a quarta maior em capacidade instalada.

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