Para que o ano novo não traga mais dívidas, comece agora (ou reveja) o seu planejamento financeiro para um 2019 com mais tranquilidade no orçamento.
08/01/2019 08h58
Mais da metade dos brasileiros admite que não faz um planejamento financeiro de forma organizada. Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) revelou que 48,5% dos entrevistados assumem que deixam a desejar quando o assunto é planejar as finanças.
E não é por falta de conhecimento! De acordo com o levantamento do SPC Brasil, a falta de disciplina é a principal causa apontada por quem ainda não conseguiu controlar o próprio orçamento. É exatamente por isso que a educação financeira é tão importante na atualidade.
Para te ajudar a começar 2019 com as finanças mais equilibradas, o Meu Bolso Feliz ouviu dois especialistas do SPC Brasil: a economista-chefe Marcela Kawauti e o educador financeiro José Vignoli. Se você precisa de dicas práticas e simples para começar a assumir o controle do seu dinheiro, este é o momento:
De modo geral, o brasileiro sabe que precisa anotar as suas despesas para um controle mais efetivo das finanças. É por isso que 74,8% dos entrevistados atribuíram uma nota de importância maior que 8 para o controle das despesas da casa quando se trata de ter uma vida financeira saudável. E para anotar cada gasto, vale tudo! Blocos de anotações, cadernos, planilhas, enfim: use o que estiver ao seu alcance. Felizmente, a tecnologia permite que o planejamento financeiro esteja, literalmente, ao alcance das suas mãos por meio dos aplicativos para tablets e smartphones.
“Além de você fazer o controle na mesma hora do gasto, já que o celular está sempre à mão, os apps já trazem os campos principais necessários para o controle financeiro e você apenas precisa preencher com os valores. Há até mesmo aplicativos que são atrelados a sua conta bancária e já registram automaticamente todos os créditos e débitos”, aponta Marcela.
Com a receita extra proveniente das parcelas do 13o salário, muita gente comete o erro de usar essa quantia apenas para consumir mais, muitas vezes estimulados pela publicidade intensa das festas de fim de ano.
“O ato de comprar pode provocar uma sensação de bem estar, euforia e relaxamento, o que induz os consumidores a agirem por impulso em busca desse tipo de recompensa. Além disso, o bombardeio publicitário e as facilidades do parcelamento dão a falsa impressão de que essas compras não vão abalar o próprio orçamento”, explica Vignoli.
Mas se você está endividado ou se sua balança financeira está desequilibrada, controle seus impulsos e tente quitar as suas dívidas o mais rápido possível, ou, no mínimo, negociá-las oferecendo uma boa entrada aos seus credores.
“Dependendo da modalidade em que dívida está contratada, ganha-se mais antecipando o pagamento e obtendo um desconto do que investindo em alguma aplicação. Em resumo, primeiro livre-se dos juros da pendência”, explica Marcela.
Depois do Natal, Ano Novo e todo aquele clima de festas, muitas pessoas levam um choque de realidade ao se depararem com as dívidas que acumularam no último mês do ano e com as despesas que são características do início do ano, como IPVA, IPTU, matrículas e materiais escolares.
Quando se trata dos impostos, avalie sempre a possibilidade de pagá-los à vista para aproveitar os descontos. E a principal dica para economizar na compra dos materiais da escola é sempre a pesquisa de preços. Consulte várias lojas, várias marcas e, se for possível, junte-se a outros pais e mães para compras coletivas, em que é possível pechinchar e conseguir mais descontos.
Confira 10 passos para não passar mais aperto financeiro
O Ano Novo é um período de otimismo, boas vibrações e, principalmente, esperança. Porém não podemos esquecer que, na realidade do cotidiano, todos nós estamos sujeitos a imprevistos: contas não planejadas, desemprego e problemas de saúde.
Sem um planejamento financeiro eficaz e uma reserva de emergência para suprir essas demandas, o caos se estabelece no orçamento e o equilíbrio nas finanças se desfaz completamente! Mas como conseguir construir uma reserva?
O ideal é manter uma quantia em reserva equivalente a pelo menos seis meses de salário, que pode ser, por exemplo, o tempo médio para a recolocação no mercado de trabalho. Mas mais importante do que o valor total do montante é a disciplina em estabelecer uma meta.
“Esperar sobrar o dinheiro para guardar pode ser uma armadilha. Os apelos ao consumo estão por toda parte e é muito fácil ceder”, afirma Marcela. “A reserva deve ser encarada como um compromisso mensal. Mesmo que seja pouco, pois mês após mês a quantia vai crescendo com o reforço dos juros”, completa.
Planeje como quitar suas dívidas
Talvez você já tenha ouvido algumas dessas dicas, mas ainda não conseguiu colocá-las em prática. Você com certeza não é o único! “As pessoas não se dão conta de que o tempo passa e que é preciso estabelecer um compromisso com os objetivos financeiros o quanto antes”, explica Vignoli.
Para muitos, planejamento financeiro é sinônimo de privação, mas a realidade não precisa ser assim!
É preciso lembrar que o conceito de bem-estar financeiro prevê, entre outros aspectos, que o consumidor possa desfrutar o presente. Mas, cria-se um problema quando o foco no presente compromete o futuro. Uma dica bastante prática é, após ter suas reservas financeiras, destinar uma parte do orçamento para o lazer e, claro, permanecer dentro desse limite. E bom 2019!