CDL comemora 60 anos de fundação com livro, missa e exposição

Entidade nasceu em 30 de maio de 1963 e, desde então, figura como uma das mais atuantes da região.


12/05/2023 08h11

A Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos (CDL) completa, em 30 de maio, 60 anos, período em que se firmou como uma das mais influentes entidades representativas de classe da região. Nascida em 1963 como Clube de Diretores Lojistas, fundada no âmbito da então Câmara Junior de Campos, passou a se chamar Câmara de Dirigentes Lojistas em 1995, ganhando mais visibilidade e responsabilidade, aumentando o seu tamanho e peso.

São seis décadas de história que será encadernada em formato de livro, escrito especialmente para marcar a data pela historiadora e diretora do Museu Histórico de Campos, Graziela Escocard, que se debruçou na influência da entidade no desenvolvimento do comércio de Campos, e desenhando a mudança do seu perfil que, já na condição de Câmara, abraçou não apenas demandas dos lojistas, mas de todo o segmento produtivo e da sociedade como um todo.

Existem exemplos clássicos da influência da CDL de Campos em defesa dos interesses da sociedade. São muitas as frentes de embates em favor dos lojistas, do centro da cidade e da economia municipal como um todo. Como em 2010, quando a entidade questionou judicialmente os cálculos feitos pela Prefeitura de Campos para a cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) referente ao exercício daquele ano. A ação na esfera tributária da CDL fez com que os carnês já confeccionados pela fossem suspensos, para o imposto ser recalculado, o que beneficiou todos os contribuintes do município, e não apenas o comércio.

Outro acontecimento com participação marcante da entidade foi em 1999, quando a CDL detectou práticas abusivas nas cobranças do Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) em Campos, o que acarretou na exoneração do secretário de Fazenda do Estado do Rio à época, Carlos Sasse.

Há, ainda, exemplos de fortes posicionamentos da CDL: nos anos 80 a entidade expulsou dos seus quadros uma grande loja de eletrodomésticos que, através de sua financeira, estava lesando seus clientes em Campos, o que ficou conhecido nacionalmente como o escândalo Coroa/Brastel.

Uma das maiores CDLs do Brasil

A CDL de Campos ocupa um prédio de três andares, na Avenida 7 de Setembro, no Centro. No primeiro piso ficam as partes administrativa e de serviços. Já o segundo andar é composto pela sala de diretoria, sala da presidência, uma Sala Fenícia — espaço com infraestrutura completa para a realização de treinamentos, encontros, cursos e pequenas palestras — e ainda um auditório com capacidade para 120 pessoas equipado com sistema multimídia. O terceiro andar abriga um salão de festas, que está sendo totalmente reformado para a comemoração dos 60 anos. Esse salão foi usado para receber governadores, ministros, candidatos a presidente da república e grandes eventos, assim como cerimônias diversas, como casamentos. Esses três andares são todos climatizados e o prédio utiliza sistema de energia solar.

Nesta estrutura funcionam serviços como o do SPC/Brasil e certificação digital. O auditório e a Sala Fenícia são frequentemente utilizados por cursos de caráter empresarial, capacitação, treinamentos, palestras e eventos.

“São poucas as entidades que contam de forma integrada com essa infraestrutura, inclusive com dois estacionamentos. O conceito de atualização é algo permanente na CDL e, nestes 60 anos, muitos eventos históricos do município aconteceram aqui”, afirmou Nilton Miranda, superintendente da entidade, onde está há 33 anos.

Além desta estrutura, a CDL conta, ainda, com o chamado casarão, um prédio de arquitetura rara que passou a integrar o patrimônio da entidade, comprado em 1996 na gestão de Fábio Paes. É utilizado em parte pela Fundação CDL para cursos e locado para eventos.

Hoje a CDL tem mais de mil associados, que contam com vários serviços, inclusive consultoria jurídica. A entidade se comunica por meio de sua assessoria de imprensa, presente em todas as redes sociais, além de dois canais no YouTube, sendo um deles exclusivo para o Podcast CDL+, que foi criado no ano passado. No curso das comemorações dos 60 anos, a entidade vai lançar uma plataforma objetivando a empregabilidade com perfis de profissionais para o mercado, disponíveis para os contratantes.

 

Parcerias e União

O presidente da CDL, Edvar Júnior, destaca que ampliar as parcerias e estreitar a união, forma a estratégia da entidade.

“Unimos toda a classe produtiva para que nossos pleitos, sempre comuns, ganhem mais visibilidade. Temos feito isso desde o primeiro momento. Ao mesmo tempo, ampliamos as parcerias. A CDL tem como parceiros hoje o Sebrae, a Fundação Cultural Jornalista Oswaldo Lima, a Secretaria de Desenvolvimento Econômico de Campos, o Procon e diversos outros órgãos e entidades. Embora nossa sede seja no Centro, estamos presentes em todos os corredores comerciais do município, quer seja na Pelinca, quer seja em Guarus, ou em Goitacazes, com eventos variados, citando como exemplo o Fashion Day e o Festival Comida de Boteco, este último sob a responsabilidade da CDL Jovem, presidida por Arthur Sá”, disse Edvar Júnior.

 

Missa, livro, exposição e almoço

A CDL vai comemorar seus 60 anos em 30 de maio, com uma missa às 12h na Catedral Diocesana, seguida de um almoço na reinauguração do seu salão de festas. ainda para marcar a data será lançado um livro, encomendado pela entidade à historiadora Graziela Escocard e uma exposição.


“No âmbito da cultura, a busca pelo passado tem sido apontada reiteradamente como uma característica marcante das sociedades industrializadas, nas quais se observa um acelerado processo de perda da memória referencial e de pertencimento. Daí a importância de valorizar os vestígios históricos de uma cidade. Neste contexto se enquadra a investigação histórica acerca da CDL, fundada em 30 de maio de 1963”, disse a historiadora.

Juntamente ao lançamento do livro acontecerá no dia 30 uma exposição que é resultado de uma pesquisa feita por Graziela e Genilson Soares (pesquisador, designer e presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Campos). Eles aprofundaram a investigação em trabalhos de Adolfo Svaiter (poeta e antigo comerciante de Campos), Guilherme Belido (jornalista), Heloiza Manhães (professora) e de Vilmar Rangel (jornalista e escritor), além de pesquisar no acervo da própria instituição CDL, sob os cuidados de Nilton Miranda e no acervo pessoal de Wellington Paes (médico).

“Pontos importantes serão abordados na exposição e no livro como a história do comércio em Campos, a origem da CDL, a construção de sua atual sede e destaque para os ex-presidentes e com suas falas. No livro também irei abordar outras questões pertinentes como: o Lojista, a Escola de Vendas, o Plano Real, a Mulher Lojista, a CDL e o Poder Público, CDL Solidária e as diversas manifestações que entidade se envolveu como, por exemplo: contra aos juros altos, recessão e o desemprego, que teve a participação de Edvar Freitas Chagas, pai do atual presidente, além de assuntos recentes como a pandemia de Covid-19”, concluiu a autora.

 

Uma casa de muitas causas

A CDL de Campos, afiliada a Federação das CDLs do Estado do Rio e a Confederação das CDLs, com sede em Brasília, estabelece o lastro estatutário para dar norte às suas ações. O estatuto é rígido sobre as atribuições de seus diretores, sendo vedada, por exemplo, a participação em campanhas político-partidárias ou mesmo ocupação de cargos públicos comissionados em todos os níveis, obrigando que membros de sua diretoria se afastem antes de assumirem uma função pública, caso a assembleia dos sócios não autorize essa participação.

Como formadora de lideranças, a CDL teve inúmeros ex-presidentes participando de governos municipais, na condição de secretários, como foi o caso de Murilo Dieguez, Fábio Paes e Marcelo Mérida, mas todos devidamente autorizados pelos sócios em assembleias.

O atual presidente da CDL, Edvar Chagas Júnior, lembra do caso envolvendo Murilo Dieguez, um dos muitos que marcam essa história de liderança. Quando assumiu a presidência da Companhia de Desenvolvimento do Município de Campos (Codemca), no início dos anos 90, iniciou uma luta contra a ostensiva presença de camelôs em toda área central da cidade, levando o Executivo Municipal, que tinha à frente Anthony Garotinho, a tomar uma nova postura diante de um velho problema, criando, então, o camelódromo.

“Foi realmente um momento marcante, um ex-presidente se posicionou firme, pois esse problema tinha que ter uma solução. Outro ex-presidente, o Fábio Paes, anos depois, na condição de secretário de Indústria, Comércio e Turismo, denunciou o comportamento abusivo de fiscais da Fazenda Estadual em Campos, e o secretário de Fazenda do Estado foi demitido, depois de um longo embate entre os dois. Mais recentemente, o caso do IPTU também é marcante, quando tínhamos na presidência o empresário Joilson Barcelos. Então, indiscutivelmente, a CDL forma lideranças ”, disse Edvar.

Em 60 anos, a CDL teve 35 presidentes, com mandatos de um ano, permitindo a reeleição por mais um ano. A entidade foi presidida por duas mulheres: Sirléa Gonçalves Pita e Maria Luiza Schultz. Dos seus quadros de presidentes saíram dois que presidiram a Federação das CDLs do Estado do Rio de Janeiro: Odilon Martins e Marcelo Mérida, que, por consequência, foram vice-presidentes da Confederação Nacional da entidade.

 

Reprodução: J3 News


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