Justiça manda retirar vans das linhas de ônibus e isso vai prejudicar vendas do Natal

Decisão acertada mais em hora considerada imprópria.


21/12/2021 18h25

A decisão judicial que prevê a retirada das vans em diversas localidades de Campos dos Goytacazes que entra em vigor na quarta-feira (22) pode causar reflexos negativo na reta final do Natal no que diz respeito a venda no comércio, já que os ônibus não têm condições de atender a demanda de forma tão repentina.

Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas- CDL-, José Francisco Rodrigues, a decisão é acertada, porém, o tempo em que ela entra em vigor, estabelece um descompasso – “claramente as empresas de ônibus não terão condições de atender imediatamente a demanda.”- disse o presidente da entidade.

O secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Marcelo Mérida é da mesma opinião, e teme que a medida venha a comprometer milhares de consumidores que não terão mobilidade nestes últimos três dias que antecedem o Natal – “mas decisão judicial se cumpre” – disse o secretário.

A ação foi movida pela empresa de ônibus Rogil reivindicando exclusividade nas rotas. O parecer favorável à empresa foi publicado após audiência de conciliação, realizada na última quinta-feira (16), estipulando um prazo de cinco dias para encerramento das atividades. Segundo a Prefeitura de Campos dos Goytacazes, haverá um remanejamento de linhas de ônibus para os demais setores, para que a população não seja prejudicada.

No entanto, os permissionários do transporte feito por vans não aceitaram a decisão e fizeram uma manifestação em frente ao prédio da Prefeitura Municipal na última sexta-feira.

O presidente do Instituto Municipal de Trânsito e Transporte (IMTT), Nelson Godá, informou que a Procuradoria Geral do Município vai entrar com recurso no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) contra a decisão judicial e tentar reformá-la, com o argumento de que a retirada das vans irá penalizar a população, já que as empresas de ônibus não terão condições de absorver a demanda de passageiros.

Em nota, a Prefeitura informou que o IMTT vai publicar uma nova portaria determinando o remanejamento dos permissionários afetados pela decisão judicial para o setor A. “A partir de então, eles serão realocados, não podendo mais circular nas áreas do consórcio planície e Rogil de transporte coletivo, conforme decisão judicial.

“A prefeitura entrou com recurso e está buscando, junto com as concessionárias, repactuar o sistema, para que a população não seja prejudicada e nem que os trabalhadores do transporte alternativo deixem de atuar. A situação das empresas também está sendo considerada, uma vez que elas também têm sofrido com os custos altos e a redução de passageiros durante a pandemia”, disse.


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