Municípios unidos na luta para não perderm os royalties

Todos os municipios produtores de petróleo da região poderão perder cerca de 80% dos royalties caso projeto que será votado no dia 10 de março em Brasília seja aprovado


25/02/2010 00h00

“ Os municípios produtores de petróleo do Rio de Janeiro como Campos e Macaé vão virar uma Serra Pelada. Eles vão quebrar. Vão falir”. A afirmação é da presidente da Organização dos Municípios Produtores de Petróleo (Ompetro), a prefeita de Campos, Rosinha Garotinho, ao abrir uma reunião extraordinária hojeda qual participaram todos os prefeitos e lideranças empresariais dos municípios produtores. Pelo cenário desenhado pelos prefeitos que estão sendo assessorados pelo jurista Humberto Soares, a Câmara dos Deputados aprovará no próximo dia 10 de março o projeto de lei do deputado Ibsen Pinheiro, que altera a partilha de royalties no país, distribuindo aos recursos para todos os municípios brasileiros.

- Depois esse projeto vai para o Senado e vamos perder, pois o Senado como a Câmara vai aprovar. Se o presidente Lula vetar, o projeto volta para a Câmara e os deputados vão derrubar o veto. Não temos outra saída. Tentamos um mandato de segurança junto ao Supremo e não conseguimos. Todo o ambiente é desfavorável ao Rio de Janeiro e ao Espírito Santo. O mais grave disso tudo, é que essa nova partilha teve como fundamento o Pré-sal. Seria então a divisão dos royalties do Pré-sal, que ainda não começou a ser explorado. Mas o que a Câmara vota no dia 10 é a divisão dos royalties já existentes. Entraremos em estado terminal ”- disse Rosinha Garotinho.

Os prefeitos estão confiantes na influencia do governador Sérgio Cabral junto ao presidente Lula, mas admitem que o veto será derrubado. Pelos números apresentados na reunião de ontem o governo do estado do Rio vai perder em royalties a partir de maio deste ano R$ 3,754 bilhões que correspondem a 12% do orçamento. O município de Campos, o maior produtor poderia algo em torno de R$ 1 bilhão o equivalente a 70% do seu orçamento e 20% do seu Produto Interno Bruto (PIB).

O prefeito de Macaé, Riverton Mussi, onde está concentradas a maior parte das operações da Petrobras, calcula que seu município perderá 80% da arrecadação e no ano seguinte haverá uma perda significativa das receitas próprias como ISS e ICMS repassado pelo estado.

- Isso porque a prestação de serviço vai cair. O dinheiro vai parar de circular. Não teremos condições de manter o sistema de Saúde ou de Educação. O município quebra. A situação é desesperadora e conseguiram jogar o país inteiro quando os municípios produtores do Rio e do Espírito Santo. Esse novo sistema de partilha era para o Pré-sal, não para os royalties já existentes. Vamos ser garfados- disse Riverton Mussi.

Já o prefeito de Quissamã, Armando Carneiro, que também estima perdas em torno de 80%, garante que haverá um efeito cascata desde no litoral fluminense, de Angra dos Reis no Sul do estado até São João da Barra, no extremo Norte Fluminense.

- Essa região com erros e acertos se desenvolveu e existem vários projetos grandes em curso como o Porto do Açu, por exemplo. Com este novo quadro tudo isso fica comprometido. Será uma região falida. – concluiu

Cidades vão protestar

No final da reunião de ontem foi criado um comitê do qual fazem parte representações de empresários e sindicatos de trabalhadores, para que até o dia 10, quando o projeto será votado, sejam feitas manifestações diversas. A Câmara de Dirigentes Lojistas esteve representada na reunião que aconteceu no auditório do Palácio da Cultura.


CERTIFICADO DIGITAL - RÁPIDO, FÁCIL E SEGURO É CDL!