Os relfexos das mudanças no compulsório

Com mudança nos compulsórios, consumidores pagarão mais por crédito


25/02/2010 00h00

 

Dando continuidade ao objetivo de reverter as medidas adotadas durante a crise, o Banco Central anunciou, na noite da quarta-feira (24), alterações nas regras do compulsório, aumentando a alíquota de recolhimento de 13,5% para 15% a partir de abril. A alíquota havia sido reduzida em 2008 para tentar solucionar a escassez de crédito enfrentada pelo mercado, em razão da crise financeira.

"Na prática, essa mudança diminui a quantidade de dinheiro que os bancos tem para emprestar. Obviamente, isso afeta diretamente o consumidor, que terá que lidar com taxas de juros mais caras e mais burocracia para conseguir crédito. É a lei da oferta e da procura. Se na feira todo mundo quer cenoura, mas há poucas cenouras para serem vendidas, é óbvio que o feirante vai aumentar o preço e vender para quem paga mais", explica Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac (Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade).

Para o executivo, essa decisão foi tomada porque o Banco Central está preocupado com a inflação. "O BC deve ter analisado e visto que os bancos estão com bastante dinheiro para emprestar. Ele está tirando agora o que ele colocou durante a crise. É fato que o BC se preocupa com o consumo excessivo e muita oferta de crédito, porque isso pode elevar a inflação. Então ele pode tomar duas medidas: ou subir os compulsórios, ou subir a taxa básica de juros. Obviamente ele também pode optar por essas duas coisas. Mas tirar dinheiro de circulação foi sua primeira opção. Mas teremos que esperar para ver as consequencias", afirma.


CERTIFICADO DIGITAL - RÁPIDO, FÁCIL E SEGURO É CDL!