Brasil condena cerco a criação de gado

País que é o maior exportador de carne do mundo não vai aceitar que regras sejam ditadas pela União Européia


24/02/2010 00h00

O Brasil não aceitará propostas para restringir a criação de gado como uma das medidas para controlar o nível de emissões de gases no setor agrícola global, avisou ontem o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edílson Guimarães.

Ele representará o Brasil na reunião de amanhã e sexta-feira de ministros de Agricultura de 40 países na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que terá no centro da agenda o vínculo entre agricultura e mudanças climáticas, com desdobramentos em futuras políticas nacionais e internacionais do setor.

Como o Valor revelou ontem, o documento de base para os ministros coloca ênfase na questão climática, aponta a agricultura como responsável por uma parte significativa das emissões de gases de efeito estufa e diz que será " inevitável " sua contribuição para a mitigação do problema.

No entanto, o texto de nove páginas não fala explicitamente em restrição da criação de gado. Basicamente, sugere nova nutrição para animais afim de reduzir as emissões de metano. Nas reuniões na OCDE, ninguém falou " em vaquinhas " , segundo uma fonte próxima à entidade, e a expectativa é de que os ministros não toquem diretamente nesse tipo de detalhe.

A delegação brasileira, porém, está alerta sobre os desdobramento da reunião ministerial de Paris. Países europeus já tentaram introduzir a proposta de restringir o uso de carnes durante reunião do G-8 na Itália, no ano passado. Houve um racha no grupo dos ricos porque os EUA, como grande produtor, freou a ofensiva europeia.


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