Indústria mostra reação após registrar queda em 2009 devido à crise

Investimentos no setor mostram que vem um tempo melhor neste década para essa atividade


11/02/2010 00h00

A indústria de transformação fechou 2009 com todos os indicadores em variação negativa, o que não ocorria desde 2003. Embora tenha pago "a conta da crise internacional no Brasil", o segmento mostrou retomada de vigor ao fim do ano, principalmente com faturamento e nível de utilização da capacidade instalada crescentes.
De acordo com o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, depois da queda pronunciada e da desova de estoques no início do ano, a capacidade instalada da indústria subiu pelo sexto mês consecutivo em dezembro para 81,7%, descontados efeitos sazonais, contra 79,4% ao fim de 2008.
O indicador deve seguir em alta neste início de 2010, comentou Castelo Branco, "com a volta dos investimentos e da normalidade", referindo-se ao aquecimento da atividade com a recomposição da demanda interna após a crise.
"Recuperamos, mas ainda tem espaço para voltar aos níveis médios da expansão verificada em 2008", afirmou o economista. Antes da crise iniciada em setembro daquele ano, o uso da capacidade estava em torno de 83%. "E não há nenhuma indicação de aumento de preços industriais. Pelo contrário, há deflação medida pelo IPA", continuou.
Apesar da frustração de Castelo Branco pelos números anuais negativos, o faturamento da indústria em dezembro cresceu 3,5% sobre novembro de 2009, superando o nível pré-crise do aumento em 2,6% em setembro de 2009. E registrou alta de 12,2% sobre dezembro do ano anterior, mas caiu 4,3% no ano sobre o acumulado de 2008.
A produção industrial demorou a reagir, fechando o ano com retração de 7,6% e o mês de dezembro com menos 0,4% sobre novembro. Só que cresceu 4,7% sobre dezembro de 2008, a primeira variação positiva no ano nessa relação. Dos 19 setores pesquisados pela CNI, 12 registraram aumento nas horas trabalhadas.

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