Construção civil sofre com falta de empregados

Pesquisa é o CNI que acredita em uma melhora a partir do mês de março


09/02/2010 00h00

O problema da falta de trabalhadores qualificados, o segundo mais citado na Sondagem da Construção Civil, divulgada hoje pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), é mais significativo entre as grandes empresas. Segundo o gerente executivo de pesquisas da CNI, Renato da Fonseca, o fato de as grandes companhias estarem crescendo mais gera maior demanda por mão de obra. A dificuldade para encontrar profissionais qualificados, no entanto, surpreende a CNI, já que é bem maior que a normalmente citada pela indústria de transformação.
De acordo com a Sondagem, a falta de trabalhador qualificado fica atrás apenas da elevada carga tributária entre os principais problemas enfrentados pelo setor no quarto trimestre de 2009. Os empresários citaram ainda as condições climáticas adversas e as taxas de juros elevadas.
O vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, afirmou que a questão da mão de obra qualificada está ligada ao fato de que a indústria da construção está inovando mais. Ele ressaltou, porém, que estão sendo desenvolvidos trabalhos de treinamento, como o programa de capacitação, para a construção civil, de 180 mil pessoas oriundas do Bolsa Família.
Martins afirmou ainda que o grande propulsor do otimismo do setor de construção é o programa do governo federal "Minha Casa, Minha Vida". De acordo com a Sondagem, os empresários do setor estão com o otimismo elevado para os próximos seis meses.
Segundo Martins, o programa representou uma mudança de paradigma na forma de atacar o déficit habitacional, estimulando o crescimento da indústria da construção em 2009. O vice-presidente da CBIC disse que o otimismo da indústria está relacionado também aos estímulos ao investimento, proporcionados pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), e à redução dos juros.
De acordo com Martins, desde 2003 o setor tem contado com maior volume de financiamentos, que cresceu dez vezes. Para ele, isso ocorreu porque, ao longo dos últimos anos, foram adotadas medidas para dar maior segurança jurídica aos financiamentos imobiliários.

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