Fogo na Mata do Imbé ainda não foi debelado

Bombeiros e técnicos estão desde quarta-feira tentando debelar focos de incêndio


05/02/2010 00h00

Bombeiros e técnicos do Instituto Estadual de Florestas (IEF) estão desde quarta-feira tentando debelar focos de incêndio na principal reserva florestal do Norte/Noroeste Fluminense, o Parque Nacional do Desengano, uma área de Mata Atlântica espalhada pelos municípios de Campos, Conceição de Macabu, São Fidélis, Santa Maria Madalena e Italcara.  Há 41 dias não chove na região e os bombeiros acreditam que os focos de incêndio surgiram por combustão espontânea.

O incêndio é definido pelos bombeiros como de grandes proporções está devastando parte da vegetação da Serra do Imbé, área de difícil acesso. Helicópteros foram acionados para lançar água sobre esses focos. Segundo o ambientalista Aristides Soffiat, que o fogo está se espalhando e pode matar animais silvestres, preservados na área como Preguiças, entre outros.

Ele explicou que o período de seca está contribuindo para o aumento do número de focos de incêndio na região. "É lamentável que a Serra do Imbé esteja queimando. No mesmo período, no ano passado, a área foi a mais atingida pelas chuvas. Só para se ter uma idéia, em 15 dias choveu na Serra do Imbé 800 milímetros, quando num ano a média é de mil milímetros", destacou.

Ele também explicou que nessa época do ano fogo é até normal, devido ao calor, a falta de chuva e o vento, principalmente em mata seca, que são as que acompanham as margens dos rios.  Soffiat não descarta a combustão espontânea por causa da seca, mas lembra que a mata do Imbé, é úmida. Neste caso, ele acha mais provável um incêndio é criminoso, ou uma queimada que escapou do controle.


O Parque Estadual do Desengano foi criado no primeiro governo de Leonel Brizola em 1984, mas o estado não indenizou os proprietários rurais. Parte da reserva foi devastada neste período virando pastagem de gado. A madeira era usada para alimentar o parque cerâmico de Campos, que depois foi modernizado, utilizando gás natural. Isso fez com que o nível de desmatamento fosse reduzido acentuadamente, um posto de observação do IEF próximo a Santa Maria Madalena, também ajudou a inibir os desmatamentos.
Em Campos, a seca de 42 dias já compromete a próxima safra de cana-de-açúcar, prevista para começar em maio. A produção de leite também caiu em 50%. Muitos proprietários de gado estão levando seus animais para outras regiões.

Avião tenta apagar

O coronel Silas Ribeiro, do Corpo de Bombeiros informou ontem que um avião com capacidade para transportar vente mil litros de água por viagem começou a combater ontem os focos de incêndio no Parque Estadual do Desengano, mas teve que interromper os trabalhos devido a um defeito no dispensador de água. Segundo o coronel, hoje o avião estará pronto para retomar os trabalhos.

Também ontem um helicóptero do Corpo de Bombeiros do Rio sobrevoou várias vezes o Parque do Desengano, identificando os focos de incêndio. Um relatório deverá ser concluído hoje. Os bombeiros acreditam que o fogo começou há pelo menos uma semana. Eles acreditam que os focos poderão ser apagados nos próximos dias já que o fogo agora alcançou as encostas das serras onde a mata é verde. Isso significa que o fogo já consumiu milhares de hectares de árvores secas. Ainda não há uma estimativa da área devastada pelo fogo.


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