Empresário Edvar de Freitas Chagas que presidiu a CDL vai virar nome de praça por indicação legislativa

Edvar Júnior diz que homenagem sensibiliza não só sua família, mas todo movimento lojista.


07/12/2023 16h21

Em uma proposta conjunta dos vereadores Rafhael Thuin e Álvaro Oliveira, o saudoso empresário que ocupou diversos cargos na Câmara de Dirigentes Lojistas de Campos- CDL- Edvar de Freitas Chagas, receberá uma homenagem póstuma a altura, dando nome a uma praça entre as ruas Pero de Góis e Álvaro Tâmega, conhecida até então como Praça Tamarindo.

Edvar de Freitas Chagas, pai do atual presidente da CDL, foi um empresário que marcou época em Campos estando sempre à frente do seu tempo. Também foi um nome importante no cenário do movimento do comércio nacional através da CDL.

- É uma homenagem que emociona não só minha família, mas também a CDL que hoje presido e que ele presidiu. A família Freitas Chagas agradece a todos pelo reconhecimento a memória do meu pai- disse Edvar Júnior.

 

Veja a homenagem na íntegra

 

Edvar de Freitas Chagas é, sem dúvida alguma, uma personalidade que merece ter seu nome imortalizado na cidade de Campos dos Goytcazes. 

 

A história do empresário de sucesso começa na década de 70 quando abre a Feira das Máquinas, na Rua dos Andradas, 109. Foram quase 20 anos de loja, que tinha como perfil máquinas de costura domésticas, usadas ou seminovas. Sempre atento às mudanças, percebeu que estava perdendo espaço e foi introduzindo na Feira das Máquinas, novos produtos, como pequenos eletrodomésticos e móveis simples. Como nessa época Campos já experimentava o crescimento comercial em função do petróleo, viu que não podia competir com as outras lojas no ramo de eletro, por isso resolveu partir para os móveis.


Inaugura então a Solar Móveis, na Rua 13 de Maio, mas ainda com a Feira das Máquinas paralela. Na Solar Móveis os produtos já eram de padrão mais elevado, tendo ainda como sócio, Celestino Tavares Crespo. A história da Solar Móveis durou 10 anos. Em junho de 1988 nasce na Avenida Alberto Lamego, a Femac Móveis, um nome tirado em concurso promovido pelo então radialista Andral Tavares, mais ou menos associado à Feira das Máquinas. E já começou grande, com móveis de alto padrão, qualidade e design, justamente para fugir da concorrência, uma loja mais voltada para a área de decoração de ambientes. À proporção que foi crescendo, foi acompanhando a modernização e a tendência da decoração de interiores. Hoje a Femac Móveis é referência Nacional no mercado moveleiro. Os profissionais de Campos que levavam clientes para o Rio passaram a comprar na Femac Móveis. Decoradores e arquitetos cada vez mais frequentavam a loja, há época de 800 metros quadrados e hoje com mais de 2 mil metros quadrados.


Quando ainda na Feira das Máquinas, Edvar de Freitas Chagas começou participação ativa no movimento logístico de Campos e região, tendo sido presidente da Câmara de Diretores Lojistas (CDL) por três mandatos 1977/1978, 1995/1996, 2000/2002 e, ainda como diretor, deixou sua marca de criatividade e inovação impressa como um dos criadores da Fepe, Feira de Preços Especiais. Também participando ativamente na ACIC, Associação Comercial e Industrial de Campos, fazendo parte integrante de várias diretorias e ainda como conselheiro. Edvar faleceu no dia 28/03/2019.

 

História de Edvar de Freitas Chagas


INFÂNCIA

Era uma vez um menino, que nasceu no Cazumbá, quinto distrito de São João da Barra, há mais de 80 anos, filho de pais agricultores: Epaminondas de Freitas Chagas e Ana de Souza Pinto. Seu pai, um ídolo para todos os filhos, e um líder nato, foi um dos primeiros do distrito e, virou nome de rua no local. Sua mãe faleceu aos 57 anos acometida por um câncer. Uma família de nove irmãos: Maria José e Milton (falecidos), Maria Enir, José Antônio (também comerciante), Maria da Conceição, Maria Geni, José Francisco e Vilma.

Na época ele estudou o quanto pode, cursando o antigo Primário em São João da Barra. Foi crescendo e sempre teve como objetivo prosperar, mesmo naquele ambiente módico que tinha nascido. E até mesmo, sem saber o significado exato dessa palavra.

Talvez, se ficasse se vendo pelo retrovisor da vida, por aquele ângulo modesto, não tivesse se transformado no que se transformou: um bem-sucedido empresário, que completou mais de 50 anos de atividades, tendo como referência uma empresa conhecida em Campos e na região: Femac Móveis. Uma empresa reconhecida no Mercado Moveleiro Nacional. 

 

COMEÇO

Criativo, habilidoso, desde criança Edvar já demonstrava sua capacidade para solucionar problemas. Sua irmã Maria da Conceição se lembra das balsas de tronco de bananeira que, na época das chuvas, no Cazumbá, ele e seu irmão José Antônio faziam para atravessar a Lagoinha.

Podemos dizer que a história do empresário Edvar Chagas começou aos 16 anos de idade, quando inicia trabalhando como atendente de serviços gerais na Singer do Brasil. Era o que o então menino do interior, que aos 14 anos se mudou para Campos para fazer curso profissionalizante no Senai, de técnico em motor de carro. E não parou mais.

Na loja da Singer do Brasil, na rua Treze de Maio, no Centro, começou como office boy e saiu como gerente, chegando a ser o responsável pela principal loja da Singer no Brasil, em Brasília, quando a capital do país tinha apenas nove anos de emancipação e praticamente nada, a não ser toda administração do governo federal por lá. Naquela época já estava casado com Cicinha e o filho mais velho, Edvar Júnior tinha 4 anos quando foram morar em Brasília. Edvar trabalhou nessa loja, como gerente geral, por um ano.

Mas, antes de chegar a Brasília, trabalhou no ramo em Vitória, Governador Valadares e Rio de Janeiro. E em 1970 sua história com a Singer do Brasil termina. Ele era da área industrial, mas sua vocação era a comercial e, por conta disso, vivia preso aos noticiários, lia muito jornal e revista sobre o tema, um verdadeiro autodidata no assunto, formado pela Faculdade da Vida.


FAMÍLIA

Edvar conheceu Cicinha (Perlicinia Alves Moreira) numa festa junina. Logo se interessou por ela e pediu permissão aos pais dela: Clotilde Moreira e Benedito Alves Rangel, para namorar. Pouco tempo depois vieram a se casar no dia 11 de dezembro de 1965 na Catedral Diocesana de Campos. Nessa época ele trabalhava na Singer, mas já iniciava sua primeira loja, a Feira das Máquinas. Seu primeiro filho, Edvar Júnior, nasceu no dia 21 de outubro de 1966, se formou em arquitetura. E hoje atua como diretor da Femac Móvies, no departamento comercial, é casado com Sid e pai do Gabriel, único neto que se formou em Medicina. Em 21 de março de 1971, nasceu seu segundo filho: Alexandre Magno, que também atuou na empresa, mas devido um trágico acidente de trânsito, faleceu precocemente aos 18 anos de idade. No dia 27 de junho de 1975 nasceu seu terceiro filho: Luciano, que se formou em psicologia e também atua na administração da empresa.

 

FEIRA DAS MÁQUINAS

Ano de 1970, Brasil campeão em cima da Inglaterra, gol de Jairzinho, Edvar Chagas sempre se  lembrava disso. Mas o gol de placa mesmo quem fez foi ele, montando a Feira das Máquinas, ali na Rua dos Andradas, 109. Foram quase 20 anos de loja, que tinha como perfil máquinas de costura domésticas, usadas ou seminovas.

Estudando a situação do país e fazendo análise de tudo que lia e ouvia nos noticiários, viu que o Brasil passava por transformação e crescimento industrial e as máquinas de costura que vendia foram perdendo espaço no mercado. Quem estava entrando com força era o ramo da confecção.

Sempre atento às mudanças, participando também de seminários, ao perceber que estava perdendo espaço, foi introduzindo na Feira das Máquinas, até então somente de máquinas, novos produtos, como pequenos eletrodomésticos e móveis simples. Como nessa época Campos já experimentava o crescimento comercial em função do petróleo, viu que não podia competir com as outras lojas no ramo de eletro, por isso resolveu partir para os móveis.

 

SOLAR MÓVEIS

Aí começa sua história com o comércio de móveis, surgindo a Solar Móveis, na rua 13 de Maio, onde hoje é a Secretaria de Fazenda, mas ainda com a Feira das Máquinas paralela. Na Solar Móveis os produtos já eram de padrão mais elevado, tendo ainda como sócio, Celestino Tavares Crespo, que mesmo dissolvendo a sociedade depois de algum tempo, permanecem grandes amigos, apesar da distância territorial de hoje de um para o outro. A história da Solar Móveis durou 10 anos.


FEMAC MÓVEIS

Em junho de 1988 nasce na Avenida Alberto Lamego, a Femac Móveis, um nome tirado em concurso promovido pelo então radialista Andral Tavares, mais ou menos associado à Feira das Máquinas. E já começou grande, com móveis de alto padrão, qualidade e design, justamente para fugir da concorrência, mais voltada para a área de decoração de ambientes. À proporção que foi crescendo, foi acompanhando a modernização e a tendência dos móveis. Os profissionais de Campos que levavam clientes para o Rio já passavam a comprar na Femac Móveis. Decoradores e arquitetos cada vez mais frequentavam a loja, há época de 800 metros quadrados e hoje com mais de 2 mil metros quadrados.

 

CATÁSTROFE

Mas na vida nem tudo são flores. Primeiro Edvar perdeu o filho Alexandre Magno num acidente de automóvel. Depois, em 2013, a Femac Móveis foi totalmente destruída por um incêndio, em menos de cinco horas o fogo destruiu tudo. Mas quem pensa que ele se abateu, está enganado. Em menos de 30 dias a loja estava atendendo normalmente em prédio gentilmente cedido por dona Inês Jacyntho e seus filhos, na rua Treze de Maio, onde ficou por um ano.
Aquele comerciante da Feira das Máquinas e da Solar Móveis, nessa época com mais de 45 anos de comércio tinha prestígio e também crédito na praça e, por isso, teve apoio dos amigos, dos bancos, de empresas parceiras, de pessoas da comunidade, numa verdadeira comoção na cidade para reerguer a loja no mesmo local que nasceu. 

 

RECEITA

Para Edvar Chagas, um empresário, seja ele do ramo que for, tem que estar atento às mudanças de mercado, às transformações do país e, para isso, não pode se descuidar da informação. “Em qualquer área a pessoa tem que estar muito bem informada, porque tudo acontece em uma velocidade muito grande. E se a pessoa não acompanhar, fica para trás”, explica Edvar Chagas, afirmando que esta sempre foi uma das suas grandes preocupações. E todos observam isso. Até um amigo do seu único neto Gabriel, comentou: “Seu avô é psico na TV. Ele assiste jornalismo direto, sai de um canal, vai para outro e só jornalismo”.

 

PARTICIPAÇÃO

Quando ainda na Feira das Máquinas, Edvar Chagas começou participação ativa no movimento logístico de Campos e região, tendo sido presidente da Câmara de Diretores Lojistas (CDL) por três mandatos 1977/1978, 1995/1996, 2000/2002 e ainda como diretor, deixa sua marca de criatividade e inovação impressa como um dos criadores da FEPE, Feira de Preços Especiais. Também participando ativamente na ACIC, Associação Comercial e Industrial de Campos, fazendo parte integrante de várias diretorias e hoje como conselheiro. 

 

MARKETING

Esse é para Edvar Chagas o melhor investimento em qualquer atividade. “Uma boa mídia não é despesa, é investimento certo. E a divulgação de seu produto tem que ser feita por um profissional, porque uma mídia mal feita e mal produzida acaba desfazendo a marca. Essa sempre foi também uma preocupação efetiva, porque quem não é visto, não é lembrado. Periodicamente uma empresa tem que desenvolver eventos abertos ao público para que ele se chegue cada vez mais”, acrescenta Edvar Chagas. Isso ele pratica desde a época da Feira das Máquinas com cursos de bordado na loja da Rua dos Andradas até hoje na Femac Móveis com Mostra de Decorações, desfiles de Moda, vernissage, entre outros. 

 

CRISE

Edvar Chagas sabe que ela existe, mas para ele o empresário tem que encarar de frente. “A crise pode ser uma razão para se buscar solução. É na crise que você se fortalece e cresce. A crise revela algumas falhas que se tem que corrigir principalmente a questão da despesa. Nem com o incêndio da Femac Móveis deixei perder a esperança”, conta o empresário.

 

HONESTIDADE

O máximo possível e com todos, principalmente com clientes e fornecedores. Claro que também com funcionários, inclusive, valorizando-os, dando a eles a sensação da sua real importância no emprego. “Hoje, nós damos mais de 20 empregos diretos e muitos outros indiretos. Gosto do Empregado que sai de casa para trabalhar feliz, com prazer e orgulho de cumprir a sua tarefa”, afirma.

POLÍTICA

Edvar Chagas diz que acompanha a política nacional e que já foi convidado por várias vezes para cargos e nunca quis em função do seu próprio negócio. “Empresário tem que ser apartidário, abrir mão em favor do seu próprio negócio. Apesar da sedução da vida política, todos nós sabemos que é uma vida passageira. Já tive convite para ser candidato a vereador, deputado e até prefeito, além de cargos em governos. Mas essa não é a minha área”, analisa.


AMIGOS

Na vida, o que Edvar coleciona mesmo são amigos. Para ele não adianta estar no lugar mais agradável do mundo se não estiver com a família e com os amigos para dividir os momentos bons. É por isso que, embora já tenha viajado muito, o melhor lugar para ele é estar com os amigos. Melhor ainda se for na casa de praia de Atafona, em São João da Barra. E afirma: “Quando eu estou lá, rodeado da família e dos meus amigos, ali para mim é o paraíso. E neste momento me lembro com saudade do amigo Aluísio Barbosa, com quem batia longos papos”.    

OBJETIVO

Passar de vez a parte administrativa da empresa para os filhos, o que já está acontecendo aos poucos. Pois concordo com Hugo Aquino, quando uma vez ao lado de Marília ele me falou: “aposentadoria de homem é paletó de madeira”. E afirma: “Tudo o que eu puder fazer para fortalecer a empresa, vou continuar fazendo. Quero entregar para eles uma empresa sólida e dinâmica, principalmente, que eles deem continuidade ao meu trabalho”, diz.

E com o bom humor que lhe é peculiar, avisa: “Na minha idade, muitos dizem que querem pendurar as chuteiras. Eu, ao contrário, quero aproveitar a oportunidade para comunicar a todos que acabei de encomendar um par de chuteiras novas”.


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