Varejo de calçados prevê vender até 80% mais

Por causa da média de crescimento acima de 30%, o que significa um faturamento próximo a R$ 2,9 bilhões em 2009, no setor de franquias, empresas como Via Uno, Arezzo e Mentha Pimenta estão com as apostas maiores nesse modelo de negócios para alavancar as vendas e recuperar o crescimento tímido na ordem de 5%, por causa da instabilidade econômica do primeiro semestre de 2009.


28/01/2010 00h00

Elas esperam crescer 80% neste ano, segundo Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franquias (ABF). "É um segmento forte e em expansão [cresceu 20% em performance de vendas] e representa muito para o crescimento do franchising no Brasil."
Na rede Via Uno, que conta atualmente com 267 lojas, a previsão é de que sejam abertas 60 novas unidades em 2010, conta o diretor de Marketing da rede, Paulo Kieling. "O cenário para os negócios está se desenhando mais positivo neste ano, por isso vamos vender mais", declara.

Segundo o diretor da Via Uno, a estratégia de crescimento da rede é manter o foco dos investimentos em tecnologia e qualidade, além da publicidade, para valorizar os calçados e fortalecer o nome da empresa para conquistar novos franqueados. "Trabalhamos isso há mais de três anos e vamos lançar novidades todos os meses para agradar o consumidor", afirma Paulo Kieling.

Outra que enxerga crescimento com a abertura de franquias este ano é a Mentha Pimenta, instalada na Rua Pamplona [loja-conceito], nos Jardins, bairro nobre de São Paulo. Em 2009, a empresa iniciou seu plano de reestruturação para captar franqueados, como forma de ampliar suas operações para as grandes capitais brasileiras. "Estamos com três lojas [próprias], e no fim do ano passado começamos a negociar algumas franquias para este ano", diz Andressa Bertaglia, diretora da Mentha Pimenta.

Para o professor do Programa de Administração do Varejo (Provar) Cláudio Felizoni, o cenário econômico do pós-crise abre uma janela para empresas brasileiras investirem em ampliação dos negócios no exterior, por causa da valorização do real frente ao dólar. "Os ativos lá fora estão menos valorizados, então eles ganham poder de investimentos que antes não tinham."

Segundo Felizoni, a estratégia de ampliar a participação no mercado com franquias possibilita que as empresas ganhem fôlego para projetar um crescimento acima do previsto para o setor, porque diminui a necessidade de investimentos com caixa próprio da empresa e divide a responsabilidade da gestão com o franqueado. "É um modelo onde a franqueadora terá um risco menor."

Disputa

Para ganhar fôlego e driblar a concorrência que é forte com os calçados chineses, que chegam às lojas com preços mais competitivos, as marcas brasileiras apostam em estratégias de marketing mais agressivas e na venda de itens mais bem elaborados. Consequentemente com valor agregado maior, conta Paulo Kieling. "Nossa estratégia é sair do campo de competição dos chineses e também oferecer novidades, mas com qualidade", diz.

Cláudio Felizoni explica que o impacto dos produtos chineses é algo a ser considerado. Para ele, os resultados do setor em 2009, de crescimento menor, são reflexo claro da perda de mercado para itens chineses que já correspondem a 30 milhões de pares por ano. "Esse sentimento é corroborado pelo crescimento do varejo."

Concorrência

Na Arezzo, uma das maiores redes calçadista da América Latina a expectativa é abrir 25 lojas em 2010. Dados recentes da companhia indicam 247 franquias. A rede criou a marca Schutz, um novo formato de loja que deverá ter sapatos cerca de 20% mais baratos do que os de uma loja Arezzo. Ano passado, a rede faturou R$ 550 milhões frente a R$ 485 milhões de em 2008.

Já, a rede Authentic Feet, com 66 unidades, apesar não vender outros artigos esportivos, mas apenas calçados especializados, também acredita em um grande impacto nas vendas com os eventos como Copa e Olimpíadas, e afirma que ampliará em 30% o investimento em marketing e campanhas para o ano que vem. "Vamos crescer de 15% a 20% em 2010, mas o mercado em geral aposta em um crescimento de 30%, com o fim da crise, com as eleições e estabilidade econômica", diz Mazhar Obeid, diretor de franquias da rede. Ele diz que fornecedores como Nike, Adidas e Mizuno estão acelerando investimentos e fabricação de itens específicos para a Copa do Mundo. Ano passado, a rede abriu 13 franquias e para 2010 abrirá ao menos 10 lojas, além de investir em treinamento e atendimento, o que acredita que a diferenciará de seus concorrentes.

Interessadas em lucrar até 80% mais com projetos de expansão viabilizados no setor de franquias, que em 2009 apresentou a melhor média de crescimento (acima de 30%) e faturamento na ordem de R$ 2,9 bilhões só no segmento calçadista, redes como Via Uno, Arezzo e Mentha Pimenta estimam abrir em torno de cem lojas em 2010. De acordo com Ricardo Camargo, diretor executivo da Associação Brasileira de Franquias (ABF), "o segmento cresceu 20% em performance de vendas de franquias no ano passado".

Autor: DCI


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