Fluxo em estradas com pedágio cai 0,2% em janeiro

Isso significa que impacto do aumento não foi tão grande quanto muitos pensavam


11/02/2010 00h00

Depois do aumento em dezembro, o fluxo de veículos pelas estradas com pedágios no País sofreu uma queda de 0,20% em janeiro, em termos dessazonalizados, segundo a Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR). O índice, que é calculado em parceria com a Tendências Consultoria Integrada, havia fechado dezembro com alta de 1,50% na comparação a novembro, livres das influências sazonais.
O fluxo dos veículos pesados, que reflete o desempenho da atividade industrial, cresceu 2,40% em janeiro depois de ter fechado o mês de dezembro estável. Esse comportamento dos veículos pesados, considerado o calendário da indústria, é normal. O setor concentra seu esforço de produção entre setembro e novembro com vistas à formação dos estoques que são consumidos no final do ano e em dezembro promove uma redução em suas atividades.
Nos meses de janeiro, a indústria volta a produzir mais para recompor os estoques diminuídos com as vendas de fim de ano e, com isso, toda a cadeia produtiva acaba registrando bons resultados. Esse movimento justifica o comportamento do fluxo dos veículos pesados em dezembro e janeiro. Contudo, o seu crescimento no primeiro mês de 2010 não teve força suficiente para impedir que o Índice ABCR agregado de janeiro fechasse em queda de 0,20%. Isso ocorre, segundo o economista da Tendências Bernardo Wjuniski, porque "os veículos leves têm um peso maior no índice agregado".
Os veículos leves, na mesma comparação, registraram uma queda de 0,70% no seu fluxo depois de terem desenvolvido crescimento de 1,60% em dezembro. O comportamento dos leves está atrelado à renda e à disponibilidade de dinheiro das famílias. Em dezembro, com mais recursos no bolso por conta do 13º salário e abonos que as empresas distribuem para seus funcionários aliados aos feriados de Natal, virada de ano e férias, é comum as praças de pedágios registrarem número maior de carros leves passeando pelas estradas. Em janeiro, quando volta das férias, o turista acaba se deparando com contas e impostos para pagar e acaba reduzindo os gastos com viagens, o que justifica a queda do fluxo dos leves. Além disso, afirma Wjuniski, "é possível que as chuvas de janeiro tenham afetado o fluxo de leves, principalmente em São Paulo, que veio com queda e puxou o índice como um todo para baixo."

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