Selic começará a subir em abril e fechará o ano em 11%, prevê Febraban

Expectativa tem feito o consumidor se afastar dos empréstimos bancários temendo um juros ainda maior

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11/02/2010 00h00

De olho no aquecimento da economia nacional em 2010, o Banco Central (BC) iniciará o aperto monetário na reunião do dia 28 de abril, quando deve elevar a taxa básica de juros, a Selic, de 8,75% ao ano para 9,25%, prevê a Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Esse movimento de alta, de acordo com pesquisa da entidade, continuará até dezembro, com a Selic fechando 2010 em 11% ao ano.
O economista da Febraban, Jayme Alves, avalia que o aperto monetário não preocupa. "Será apenas uma acomodação em relação ao ritmo de crescimento da economia e não uma desaceleração do nível de atividade", explicou.O levantamento indica ainda que os bancos brasileiros estão mais otimistas com as perspectivas de expansão do país e aumentaram a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB) de 5,1% em dezembro para 5,3%.
Considerando as projeções para a Selic e o PIB neste ano, observa Alves, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) ficará próximo do centro da meta de inflação, de 4,5%, estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). A pesquisa aponta para um IPCA de 4,6% em 2010.
Já o câmbio encerra o ano cotado a R$ 1,82 por dólar, acima do R$ 1,76 previsto em dezembro. "A instabilidade da economia mundial representa o maior risco para nós. De qualquer maneira, temos um quadro relativamente tranquilo neste indicador, com um volume de reservas cambiais significativo e uma perspectiva positiva de crescimento", afirmou Alves.
O economista da Febraban também não enxerga grandes dificuldades para o Brasil financiar seu déficit em transações correntes, que neste ano, deve alcançar R$ 49,8 bilhões. Isso porque, segundo o estudo, o investimento estrangeiro direito deve avançar de R$ 25,9 bilhões no ano passado para R$ 37,3 bilhões em 2010.
O aspecto negativo da pesquisa fica por conta da balança comercial. A expectativa de superávit caiu para R$ 9,5 bilhões ante os R$ 11 bilhões projetados em dezembro. Em 2009, houve um saldo positivo de R$ 25,3 bilhões.

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