Mudança na agroindústria do Norte Fluminense

Atividade que era o carrro-chefe da economia de toda região está mudando o seu perfil


11/02/2010 00h00

O aproveitamento da ca¬na-de-açúcar cultivada no Norte Fluminense, que do¬mina 96% da atividade do es¬tado, é posto em xeque por um diagnóstico de toda a ca¬deia produtiva realizado pe¬la Federação de Agricultura, Pecuária e Pesca do Rio de Janeiro (Faerj). O estudo aponta, por exemplo, que cada tonelada de cana-de-açúcar moída nas usinas do estado resulta na fabricação de uma quantidade 45% me¬nor de álcool em relação às usinas de São Paulo.
— A cana no estado é su¬baproveitada desde o plan¬tio até o manuseio. O proble¬ma começa com o corte ina¬dequado e termina com as dificuldades financeiras en¬frentadas pelas usinas — ex¬plica o presidente o relatório da Faerj,
Um dos gargalos identifi¬cados pelo estudo está na infra-estrutura: 1,5 mil quilô¬metros de canais de irriga¬ção e drenagem estão aban¬donados. A recuperação dos canais já tem dinheiro garantido, graças a gestões do governador Sérgio Cabral Filho junto ao governo Federal, mas a obra ainda não saiu do papel. Ela será feita em parceria com o Ministério da Integra¬ção Nacional.
A falta de recursos para a modernização do setor — aquisição de colhedeiras, veí¬culos de transporte apropria¬dos e tecnologias para a recepção da cana-de-açúcar — também dificulta avanços na produtividade. .
Nos últimos dois anos, o setor sofreu baixas. Duas usinas do Grupo Othon – Barcelos e Cupim- pediram recuperação fiscal e não moeram nas últimas duas safras. O ano de 2009 fechou com o pedido de recuperação fiscal da usina Santa Cruz. É algo preocupante já que muitos apostavam em um boom, por causa do etanol.
Em contra partida a Coagro, fundada em 2002 fechou o ano passado produzindo 1.320.000 sacas de 50 quilos de açúcar, o que significa 930.000 toneladas de cana esmagada. Também nesta última safra a cooperativa que tem cerca de nove mil cooperados produziu 29.0000.000 litros de álcool hidratado.
Para o presidente da Coagro, Frederico Paes, a usina entra em uma nova fase com a mecanização do corte de cana-de-açúcar. Na safra deste ano serão quatro máquinas fazendo a colheita da cana de seus fornecedores, o que significa uma virada histórica.
- Estamos em uma região que reúne todas as tradições do setor. O que falta é investimento para irrigação e com o incentivo ao etanol isso poderia ser facilitado. Nos continuamos com o sonho de produzir mais álcool embora por questões de mercado às últimas safras tenham sido mais açucareira. Mas acreditamos que poderemos produzir mais álcool e estamos vendo com bons olhos a aproximação da Petrobras- disse o engenheiro agrônomo. Lembrando que Campos já teve 23 usinas e hoje tem apenas quatro operando.

O campus da Uenf, em Campos, vai ser a sede de um dos primeiros par¬ques de energias alternativas do país. Com recursos da TermoRio, que fi¬nanciará o projeto em troca de incen¬tivos fiscais concedidos pelo governo do estado, implantando na univer¬sidade um complexo tecnológico vol¬tado para estudos sobre energias re¬nováveis e onde serão fabricados biocombustíveis.
O projeto inclui uma casa ecológi¬ca, que será abastecida por energia eólica e solar e construída integral¬mente com materiais alternativos.


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