Marcelo Mérida: Apenas o primeiro passo!

A caminhada do comércio varejista em direção ao progresso e melhores condições de negociação parece não ter fim.


24/03/2017 08h42

Apesar das turbulências econômicas que alimentam ainda mais as incertezas e pouco colaboram para a melhoria do cenário financeiro, algumas medidas tímidas têm sido adotadas por parte dos nossos governantes como forma de fomentar a economia brasileira.

Uma delas refere-se a Medida Provisória (MP) 764, válida desde o fim do ano passado, que permite a cobrança diferenciada de acordo com a forma de pagamento. Nesse sentido, o que era proibido na prática passou a ser permitido, pois agora o lojista, no ato da venda, pode oferecer ao cliente descontos mais atrativos para as compras pagas à vista e em espécie.

Certamente essa possibilidade significa um grande avanço para nossa classe, sobretudo se pensarmos na questão da relação do lojista com o consumidor. Afinal, constantemente buscamos maneiras para atrair o público com produtos de qualidade e, dentro do possível, com o menor custo e melhor forma de pagamento. É indiscutível que os consumidores com intenção realizarem o pagamento à vista devem ser beneficiados frente aos que não utilizam outras formas.

Temos plena consciência de que a dinâmica comercial é regida pelo comportamento do consumidor. Portanto, favorecer um cenário com preços, descontos e formas de pagamentos diferenciadas atuando em conjunto é o mesmo que revelar para os gestores varejistas, seja do comércio de rua ou do e-commerce, que a transformação no comportamento é frequente e acontece tanto no empresário quanto no cliente.

Contudo, sabemos que ainda há deficiências que impedem o resultado pleno e positivo. Digo isto porque os juros praticados pelas administradoras de cartões são totalmente fora da realidade. Não precisa ser especialista no assunto para saber que, da mesma forma, as taxas aplicadas nas transações realizadas com pagamentos no débito ainda são pautadas em um modelo de operação obsoleto aplicado apenas no Brasil. Diante dessa problemática só podemos concluir que a relação do lojista com as instituições financeiras dos cartões em nosso país é amparada na desigualdade. Isso precisa mudar!

Para que haja um estímulo na redução dos juros dos cartões e a relação dos lojistas com as financeiras encontre o tão esperado equilíbrio, precisamos unir nossas forças. A FCDL-RJ, as CDLs e as entidades coirmãs, no exercício de classes representativas do comércio varejista, estão prontas para participação ativa nessa mudança. Somos partes importantes de uma engrenagem capaz de alcançar os resultados esperados. Vamos continuar nossa luta!

Marcelo Mérida
Presidente da Federação das CDLs do Estado do Rio de Janeiro e diretor da Confederação Nacional dos Lojistas


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