Folha da Manhã: Comerciantes fazem contenção de gastos

Desligar aparelhos e diminuir pedidos são algumas das medidas adotadas.


15/06/2015 13h47

A subida constante da inflação, que vem atingindo especialmente os gêneros alimentícios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) voltou a registrar em maio, com elevação de 1,37% no custo de alimentação e bebidas, e o aumento de contas de consumo, como luz, que deve subir 41% em 2015, segundo estimativas do Banco Central, têm tido consequências diretas sobre o comércio de Campos. Para se adaptar à elevação dos gastos, os lojistas estão mostrando jogo de cintura. Desligar aparelhos eletroeletrônicos tem sido uma solução comum. Muitas vezes, porém, postos de trabalho têm de ser fechados para que as contas possam se ajustar.

Luiz Antônio Correia de Azevedo é proprietário de um restaurante na rua Comendador José Francisco Sanguedo (antiga Aquidaban), no Centro de Campos, e afirma que, desde o princípio do ano, teve de tomar uma série de medidas para manter a rentabilidade do negócio.

- A conta de luz vem subindo constantemente e o preço dos fornecedores também. Pagava entre R$ 1,1 e 1,4 mil de energia elétrica. Agora, as contas chegam a R$ 1,9 mil. Passei a desligar balcões e a manter o ar condicionado funcionando somente durante o horário de pico. Depois que refresca um pouco, desligo — diz.

Para fechar a conta no fim do mês, Tony, como é mais conhecido, teve de demitir.

- Desliguei dois funcionários durante este período. A gente não gosta de demitir, mas não tem jeito. Do jeito que a situação anda, só posso manter aqueles com quem posso contar irrestritamente — finalizou, acrescentando que os comerciantes sofrem agora as consequências das más decisões do Governo Federal.

Já Danuzia Fadul Miguel, proprietária de uma loja de tecidos localizada na rua Carlos Lacerda, e também vem sentindo o peso dos aumentos.

- Como é a família que trabalha no negócio, não tivemos demissões, mas estamos fazendo diversas promoções para ter retorno. Fazemos aos fornecedores apenas os pedidos necessários, pois, cada vez que compramos, os preços estão maiores. Além disso, como a luz teve um acréscimo importante, paramos de ligar as luzes da vitrine — conta.

Entidades estimulam busca por economia

Adriana Faria, gerente de uma loja de roupas localizada na rua João Pessoa, afirma que teve de demitir um funcionário e começar a abrir mais tarde para poupar energia elétrica.

- Abríamos às 8h e começamos a abrir às 9h, para tentar alguma economia de energia. Além disso, tive de demitir uma das nossas vendedoras, para tentar fechar as contas no azul no fim de cada mês — conta.

De acordo com a assessoria de imprensa da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Campos, “o aumento da conta de luz tem reflexo direto sobre o comércio”, mas que os lojistas “estão se esforçando para não repassar estes aumentos para o consumidor”.

- A ordem é economizar. Mas, a arte do comércio é justamente se adaptar. Então, precisamos que todos os lojistas economizem de acordo com o que sua estrutura permite, sem prejudicar a sua operação.

Já o empresário campista Marcelo Mérida, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro (FCDL-RJ), afirma que a entidade vem orientando as CDLs do Estado a estimular os comerciantes a economizarem.

- O comércio vem buscando alternativas, como equipamentos que gerem economia de energia, a exemplo de lâmpadas de led - diz.

Reprodução: Jornal Folha da Manhã
Marcos Curvello
Fotos: Genilson Pessanha e Michelle Richa


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