Comércio se mobiliza para amenizar efeitos dos feriados

Dos vinte e dois feriados que já aconteceram e ainda estão por vir, apenas três ocorrerão no final de semana. Os outros 19 caem no meio da semana, em dias alternados, sendo que na quinta-feira haverá sete feriados.


27/04/2015 11h00

Após uma semana com dois feriados e outro por vir — dedicados a Tiradentes e a São Jorge, nos últimos dias 21 e 23, e ao Trabalhador, em 1º de maio, respectivamente — os comerciantes começam a se mobilizar para enfrentar os feriadões. Segundo o presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio de Janeiro e diretor da Confederação Nacional dos Lojistas Marcelo Mérida, haverá, no curso deste ano, uma série de combinações no calendário para combater grandes recessos.

De acordo com Mérida, a combinação de feriados na mesma semana é nociva para o comércio, porque um feriado acaba envolvendo os outros dias em que não há comemorações.

— Em um ano que se prevê muitas dificuldades econômicas para todos os segmentos produtivos, seria necessário trabalhar mais. Não seria exagero afirmar que este ano teremos que trabalhar mais para ganhar menos, conforme nos revelam todos os indicadores da economia — relatou Mérida.

Ele lembra que trabalhar em feriados não se constitui em nenhum desrespeito à legislação, uma vez que há uma Convenção de Trabalho firmada entre comerciantes e comerciários.

— Campos é uma das cidades percussoras na quebra do paradigma de que trabalhar em feriados não se constitui em nenhum desrespeito à legislação. Porque há regras de compensações para o comerciário. Isso acontece praticamente em todo o país — explicou.

Para Mérida, o excesso de feriados faz com que o comércio decida transformar alguns destes feriados em dia útil.

— No caso específico de Campos, a CDL já conseguiu, inclusive, mexer no calendário de feriados municipais, corrigindo um erro grave. Trabalhar nunca foi tão preciso e torna-se necessária uma reavaliação sobre essa questão que é muito séria — concluiu.

O presidente da Associação de Comerciantes e Amigos da Rua João Pessoa e Adjacências (Carjopa), Eduardo Chacur, afirma que não se trata de preconceito religioso.

— Não somos contra as pessoas que respeitam os feriados religiosos, nós somos contra o excesso de feriados, que acaba atrapalhando o movimento do comércio — desabafa.

Este ano setor deve parar total de 19 vezes

Dos vinte e dois feriados que já aconteceram e ainda estão por vir, apenas três ocorrerão no final de semana. Os outros 19 caem no meio da semana, em dias alternados, sendo que na quinta-feira haverá sete feriados. Toda essa quantidade de feriados no meio da semana inviabiliza o movimento no comércio, que acaba acrescentando a essas datas outros dias; os “pontos facultativos”.

Deste quantitativo de feriados do calendário deste ano, a maioria, total de 15, são nacionais, quatro são estaduais e apenas dois são municipais: os feriados dedicados a Santo Amaro, padroeiro da Baixada, e o de 6 de agosto, dedicado ao Santíssimo Salvador, padroeiro de Campos.

Fazendo as contas e retirando os feriados e finais de semana de um ano sobram 239 dias úteis, fora os pontos facultativos, que podem chegar a 10, restando apenas 229 dias para que o comércio possa trabalhar a contento e tentar angariar uma boa receita.

Reprodução e foto: Folha da Manhã
Por Paulo Ourives


CERTIFICADO DIGITAL - RÁPIDO, FÁCIL E SEGURO É CDL!